Alguns artigos
Autoria: vários autores - Postado pelo Ir.'. Itagyba
23/08/2012
PALAVRA DO GRÃO-MESTRE GERAL
Fonte: http://www.gob.org.br

A Hora das Lojas

Momento muito especial para as lojas do Grande Oriente do Brasil é este que passa, este ano de 2012; é quando a nossa Sublime Instituição completa 190 anos de existência e continua a merecer o respeito e a confiança do povo brasileiro, ao qual tem servido desinteressadamente nos lances mais críticos de sua História.
A passagem da data histórica – 17 de junho – faz-nos atentos para o crescimento da nossa Ordem, que, acompanhando o desenvolvimento do País que criou, hoje a sexta potência econômica do planeta, também se coloca em posição elevada na comunidade, ostentando o título de maior potência maçônica do mundo latino.
Somos reconhecidos ao nosso povo pela deferência com que nos distingue, num ambiente de violência desenfreiada, corrupção em perigoso avanço, perversão dos costumes afetando progressivamente a sociedade, nesse ambiente, os homens de bem procuram nossas lojas como refúgio da alta moralidade e dos procedimentos nobres com relação à sociedade.
Não obstante o clima geral de desconfiança que parece governar as relações sociais, homens de valor submetem-se à verdadeira devassa em sua vida particular, realizada por desconhecidos – os mestres maçons encarregados de examiná-los – para ingressar no reino dos mistérios, as nossas lojas, que guardam as chaves dos acontecimentos históricos e do aperfeiçoamento humano.
Uma Loja Maçônica exerce certo poder de atração nas camadas moralmente superiores da vida nacional, aumentando, assim, a responsabilidade da Oficina e de seus Obreiros, individualmente, antes de todos, o Venerável-Mestre, perante o Governo da Ordem e perante aqueles que nos procuram em busca do saber e da atuação, discreta mas efetiva, na determinação dos fatos históricos.
Que as nossas lojas saibam valorizar a passagem dos 190 anos do GOB, reforçando suas colunas com obreiros úteis e dedicados, e que o estudo aprofundado dos rituais os leve, enfim, ao portal da verdadeira Iniciação, que lhes dará acesso à completa visão do universo e à síntese do conhecimento e da sabedoria.

Marcos José da Silva - Grão-Mestre Geral
24.03.2012.

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A Responsabilidade do Maçom

Aspecto essencial da prática maçônica, do dia a dia do Maçom, do funcionamento da Irmandade em sua experiência concreta, é a dedicação que cada obreiro concede à Ordem, não só pela qualidade intrínseca do seu caráter - o coração sensível ao bem – mas por imposição, também, de solenes compromissos livremente assumidos.
A sensibilidade dos maçons diante de problemas alheios, ou coletivos, é conhecida tradicionalmente pela sociedade dita profana. Na solução das grandes questões nacionais, a Ordem tem comparecido, e os maçons têm dado demonstrações de completa integração nas campanhas da maior magnitude, oferecendo, até exemplos de sacrifícios pelo bem comum.
Inspirados nesses comportamentos revestidos de total desapego pessoal, é que os servidores da Sublime Instituição criaram a expressão “De pé e à Ordem” para simbolizar a condição do verdadeiro Maçom, sempre dispostos a colocar os princípios maçônicos em primeiro lugar, e sempre, em primeiro lugar, cumprir as missões que lhes são cominadas, com prontidão e eficiência.
Diz-se da felicidade de qualquer Loja Maçônica de ter obreiros úteis e dedicados, e cuja lealdade é provada diuturnamente no exercício do trabalho prático, seja colocando à disposição da Oficina a sua capacidade física, ou seu vigor pecuniário ou sua aptidão intelectual. Quando o Iniciado Maçom, com alegria no coração profundo sentimento de fraternidade presta à sua Loja serviço dessa categoria eleva a Arte Real a um nível superior de legitimidade.
O contrário disso, seria o Maçom inconfiável, indolente, bem falante sobre si mesmo, invariavelmente disposto a prometer e assumir obrigações e usando, indevidamente, a tão edificante fórmula maçônica para revelar-se, em seguida, no cumprimento do dever, um obreiro desinteressado, imprestável, trazendo prejuízo à Ordem e à humanidade.
Pela atividade conjunta dos verdadeiros Iniciados Maçons, desprovida de qualquer nódoa de má vontade para com a Ordem e seus altos objetivos é que a Maçonaria é respeitada e reconhecida como instituição nacional de perene credibilidade.

Marcos José da Silva - Grão-Mestre Geral
4.11.2011

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A Preparação do Maçom

Talvez não seja exagero insistir na responsabilidade das Lojas Simbólicas e seus Mestres na formação Maçônica dos Irmãos aprendizes, estes que estão dando os primeiros passos na longa estrada que se estende a seu olhar, sedentos de verem o predomínio, no mundo, da virtude e da justiça. O sonho do iniciado do primeiro grau é ver a exaltação da fraternidade humana, tema praticamente alijado da presente ideologia da competitividade.
A grande prova de confiança e de entusiasmo natural com que o homem profano se candidata a ingresso na Sublime Instituição, ao aceitar a devassa em sua vida privada por pessoas geralmente desconhecidas, no processo de admissão, deve ter, em contrapartida, o carinho e o desvelo da Loja em sua preparação maçônica, de modo a não se frustrarem as expectativas do principiante na senda da virtude.
Em sessões dedicadas aos aprendizes, que se realizam em nossos templos uma soma considerável de conceitos maçônicos são oferecidos à reflexão do novel maçom que deseje estudar criteriosamente o seu ritual e tenha disposição mental de repousar o pensamento sobre cada um desses conceitos. Mas, é dever dos Mestres da Loja orientar os estudos, deixando sempre cada Irmão livre para enriquecer seus conhecimentos e premiar seus próprios esforços.
Embora o ensinamento maçônico não siga o modelo do magister dix, está subordinado aos princípios gerais e aos postulados da Ordem, e o estudante tem liberdade para explorá-lo especulativamente, sob orientação, claro, do Mestre, cuja principal missão é justamente essa, como se diz nas instituições iniciáticas em geral: espargir a luz.
O descaso com a preparação do maçom que engatinha nos primeiros graus é um dos mais perversos desserviços à Maçonaria, eis que o aprendiz de hoje pode ser o mestre e Grão-Mestre de amanhã, cabendo-lhe, nesse momento, a missão de conduzir os destinos da Sublime Instituição. A formação deficiente do Maçom pode ser causa do enfraquecimento da Ordem.
Maior atenção deve ser dedicada aos que ingressam na Maçonaria, via de regra movidos por impulso interior, intuição pessoal, á áspera de estímulos de toda natureza para que realize, em si mesmo, com toda perfeição, em ambiente de verdadeira fraternidade, o ideal maçônico em benefício da humanidade.

Marcos José da Silva - Grão-Mestre Geral
02-09-2011

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Deveres do Maçom

O espírito de fraternidade e a tolerância são as virtudes que ocupam maior espaço no universo da vivência maçônica, onde o Iniciado forja o seu caráter e eleva sua alma para a compreensão dos grandes dramas da vida e para a necessidade de intervir sempre que sua presença possa ser útil ao injustiçado, ao desamparado, enfim, onde a Ordem possa atuar por um mais alto grau de felicidade humana.
O Maçom tem o dever do aperfeiçoamento próprio, de manter a posição e a imagem que a Sublime Instituição lhe confere, situado nos destacamentos avançados das forças do bem, que se movimentam na direção de um superior estado de paz, harmonia e bem-estar para o gênero humano espalhado pela superfície da Terra.
O dever do Maçom é, antes de tudo, seguir a Lei Divina, segundo os ditames da religião que professe; é também respeitar a lei moral da sociedade em que vive, observando seus usos e costumes geradores da boa convivência das pessoas e das instituições; é, ainda, acatar e obedecer às leis dos homens, às quais estão submetidos todos os cidadãos.
O espírito de fraternidade é o óleo precioso que emana da sabedoria maçônica e fecunda todos os aspectos da vida sobre o planeta, lubrifica o funcionamento das peças que constituem a humanidade e suas estruturas, levando todos a uma existência mais digna e completa, onde cada um sinta as dores e alegrias de todos.
A tolerância também é vivificada pelo espírito de fraternidade. Nenhum ser pode se considerar melhor do que o outro que esteja em menor grau de desenvolvimento do espírito. A indiferença para com os fracos não é permitida, e muito menos o ódio aos considerados inferiores. Os mistérios maçônicos são muitas vezes comparados aos mistérios divinos. Podemos ignorar as profundezas dos mistérios, mas não podemos odiar por não compreendê-los.
O Grande Arquiteto do Universo estende seus raios de amor e tolerância sobre toda a Criação, e a Ele cabe o julgamento. Aos homens está delegada a missão de perdoar. Que Ele, em sua infinita bondade, derrame Suas bênçãos sobre todos, e oriente e ilumine o caminho a ser trilhado segundo o destino reservado a cada um.

Marcos José da Silva - Grão-Mestre Geral
8-07.2011

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TOLERÂNCIA E CONIVÊNCIA

Pronunciamento do Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Soberano Irmão Marcos José da Silva, em 19 de novembro de 2009.

Entre as virtudes mais intensamente cultuada pelos maçons, a tolerância tem especial destaque. É a arte de colocar-se do ponto de vista do interlocutor para compreender as suas razões, os seus motivos, os seus argumentos. A tolerância tem sido através do tempo o principal instrumento para manter em alto nível a convivência entre os irmãos e as relações humanas da Maçonaria com a sociedade.
Sem dúvida, faz parte da boa educação individual, o hábito de ouvir com paciência as opiniões contrárias e respeitar as idéias que podem surgir das mentes de outras pessoas. Afinal, as melhores coisas de que o mundo desfruta são resultado de muitos talentos valorizados anteriormente.
Vale citar a famosa frase de Voltaire, aliás, Maçom da Loja “As Nove Irmãs”, de Paris, no século Dezoito: “posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até à morte o vosso direito de dizê-las.”
A intolerância, ao contrário, leva à desarmonia, à dissensão e discrepância. Em prosseguimento, conduz ao fanatismo, cujas modalidades mais nocivas são o fanatismo religioso e o fanatismo político, o que, dentro da Ordem Maçônica, seria demolidor.
A tolerância é principio básico da Maçonaria nas relações sociais e humanas. Só não é admitida a tolerância diante do erro e do crime premeditado, pois seria adotar a conivência como regra na Sublime Instituição. E seria aceitar o dilaceramento da Cadeia de União, a verdadeira base da Maçonaria em todas as nossas ações em favor da Humanidade.

Ir:. Marcos José da Silva - Soberano Grão-Mestre Geral

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AS ORIGENS RELIGIOSAS E CORPORATIVAS DA MAÇONARIA

por: Antonio Rocha Fadista - Loja Cayrú nº 762 GOERJ/GOB

A pesquisa das origens da maçonaria leva à busca das características das instituições primitivas. De modo resumido, estes traços são os seguintes:

  • Em primeiro lugar, trata-se de uma organização de trabalho, a da construção, onde o trabalho não era especializado como atualmente, mas implicava num vasto conhecimento da Arquitetura.

  • Esta organização ia além do caráter estritamente profissional. Os seus membros deviam se considerar irmãos e se assistir mutuamente.

  • Esta associação, operativa e de assistência mútua, possuía ritos tradicionais. A admissão era feita através de iniciação e as suas reuniões continham práticas ritualísticas.

  • A partir do século XVII a associação passou a aceitar membros estranhos à sua atividade profissional e, finalmente, assume acentuado caráter universal.
    A partir destas características, dois métodos se oferecem ao estudo histórico da instituição maçônica:

  • O primeiro método limita-se à pesquisa das origens da maçonaria moderna . As fontes estão principalmente na Inglaterra e nos remetem às Guildas dos séculos XIII e XIV.
    No entanto, este método não explica a universalidade da Instituição e a existência, na mesma época, de associações idênticas no continente europeu, onde os seus ritos pareciam nascidos de uma fonte comum, existente em épocas mais recuadas.

  • O segundo método leva-nos à pesquisa de grupos ou associações da Antiguidade e da Alta Idade Média cujas características se aproximem daquelas que levaram ao desenvolvimento da Maçonaria Operativa.
    Um fato, porém não deve ser posto em dúvida: a Maçonaria atual nasceu da Maçonaria Operativa e, portanto devemos estudá-la . Outro fato igualmente certo é que a Maçonaria incorporou influências diversas em seus ritos, influências estas que também devem ser estudadas. Para ser completa, uma pesquisa histórica precisará considerar o contexto social, político, econômico, jurídico, religioso e filosófico que condicionou a ocorrência destes eventos.
    Do ponto de vista cronológico, estes eventos são os seguintes:

  • Os Colégios Romanos, seus derivados Galo-Romanos, Italianos e Bizantinos, e seus descendentes da Idade Média.

  • As Associações Monásticas dos Construtores, constituídas pelos Beneditinos, Cistercienses e Templários.

  • Sob a égide destas associações e sob a forma de confrarias laicas ou de Guildas, ocorre o nascimento e a formação da Maçonaria Operativa.

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    AS ANTIGAS CORPORAÇÕES
    OS COLÉGIOS DE CONSTRUTORES DE ROMA

    Em razão do caráter sempre sagrado do trabalho e da ciência, as associações profissionais foram sempre sacerdotais entre os povos da antiguidade.
    No Egipto, os sacerdotes formavam classes separadas e consagravam-se ao ensino de algum ramo especial do conhecimento humano. Em todos os casos, os alunos passavam por um noviciado e por provas de iniciação para se assegurar de sua vocação.
    Como as demais ciências, a Arquitetura também era ensinada em sigilo . A função sagrada de arquiteto construtor era exercida pelos sacerdotes, como por exemplo Imhotep, sacerdote do Deus Amon, que era conselheiro do faraó Sozer (3.800 AC) e que construiu a primeira pirâmide em Sakkarah. Sennemout, arquiteto da rainha Hatsepout, era o controlador dos domínios de Amon e chefe dos sacerdotes de Monthou, na cidade de Armant.
    O caráter sacerdotal e místico das associações de construtores é encontrado entre os persas, os caldeus, os sírios e os gregos. A religião também era o fundamento dos Colégios Romanos e de nossas antigas confrarias.
    Em Reis V, 13 e seguintes e em VII, versículos 13 e 14, vê-se que Salomão teve, sob a direção de Hiram, milhares de obreiros envolvidos na construção do Templo de Jerusalém.
    Na Grécia, as associações profissionais eram conhecidas por Hetarias. Uma lei de Sólon de 593 AC e cujo texto consta da obra de Gaius (sobre os Colégios e as Corporações) permite às Hetarias, ou Colégios, ter seus próprios regulamentos, desde que não fossem contrários às leis do Estado .
    O caráter sagrado dos construtores sobrevive nas lendas dos reis arquitetos como Dédalo, Trophonius e Agamedes. Um exemplo típico é o dos sacerdotes de Dionísios ou Iachus, o Sol. Estes sacerdotes foram os primeiros a construir estradas e estádios para os jogos de provas físicas e de ginástica. Em suas cerimônias secretas, os dionisíacos usavam simbolicamente os seus utensílios de trabalho.
    Estrabão, em sua obra Theos, afirma que os reis de Pérgamo (300 AC) tinham uma iniciação particular que incluía palavras e sinais de reconhecimento.
    O mais antigo código chegado até nós, o código babilônico de Hamurabi, (2.000 AC) descoberto em Susa, já menciona as associações dos carpinteiros e dos talhadores da pedra.

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    OS COLÉGIOS ROMANOS

    Segundo Plutarco, os Colégios de Artesãos foram fundados em Roma pelo rei Numa Pompílio, no ano 715 AC. A influência dos Colégios Romanos foi fundamental nas confrarias de construtores da Idade Média.
    Sob Sérvio Túlio (578-534 AC) os Colégios Romanos aparecem com o caráter definitivo de corporação. Cícero na sua obra De Oficies ( sobre as profissões ) coloca os integrantes dos Colégios entre os cidadãos de primeira classe do Império Romano .
    No reinado de Alexandre Severo, apesar de reprimidos pela Lei Iulia, existiam já trinta e dois Colégios em atividade no Império. Como em todos os povos da antiguidade, o Direito e as Instituições Romanas tinham base essencialmente religiosa.
    O caráter sagrado do trabalho tinha por objetivo a divinização do Homem. Para os membros dos Colégios de Construtores o mundo era um imenso canteiro de obras. O uso de sinais de reconhecimento garantia e protegia os segredos de sua profissão, herdados dos egípcios, dos gregos, dos judeus, dos persas e dos sírios.

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    O COLÉGIOS ROMANOS NA GÁLIA CENTRAL ( FRANÇA )

    Estes Colégios foram facilmente implantados na Gália, após a sua conquista por Caio Júlio César.
    No século IV DC eles já existiam em Marselha, Valência, Nimes, Aix-la-Chapelle, Leão, Narbona e Lutécia (Paris), onde assumiram grande prestígio com a construção de importantes edifícios.
    Escavações realizadas em 1715 no subterrâneo da Catedral de Notre Dame de Paris encontraram uma lápide escrita em Latim, cuja inscrição era um cântico de louvor, dedicado a Júpiter pelos habitantes de Paris.
    Os Colégios também floresceram em Trèves, a rica capital dos Gauleses, e na Renânia onde existem numerosos vestígios romanos.

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    OS COLÉGIOS ROMANOS NA INGLATERRA

    Uma vez que a Maçonaria moderna teve sua origem na Inglaterra, devemos conhecer em maior profundidade a história dos seus Colégios de Construtores.
    No ano 43 DC o imperador Cláudio enviou à ilha algumas brigadas dos Colégios de Construtores então estacionadas com as legiões romanas ao longo do rio Reno, na Gália. O seu objetivo foi construir as defesas romanas dos ataques dos celtas do norte (os escoceses).
    Na época ainda não existiam cidades nem castelos na Grã-Bretanha. Os Colégios foram encarregados de construir campos fortificados para as legiões. Em pouco tempo estes campos se transformaram em cidades dotadas de termas, templos e palácios.Uma destas cidades foi York, então chamada de Eboracum, célebre na história da Maçonaria. Os Colégios de Construtores edificaram também três grandes muralhas no norte do país, na intenção de conter os ataques dos celtas.
    Em 287 DC, Carausius, comandante da frota romana na Gália Superior (Bélgica), declara-se imperador da Inglaterra e confirma todos os antigos privilégios dos Colégios de Construtores que foram estabelecidos ao tempo de Numa Pompílio e de Sérvio Túlio.
    Em 306 DC Constantino assume o poder em Roma e proclama o cristianismo a religião oficial do Império . Durante um século a nova religião se expande na Inglaterra, onde os celtas finalmente conseguiram expulsar os romanos, no início do séc. V DC. Na mesma época toda a Europa caía no domínio dos bárbaros.

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    OS COLÉGIOS ROMANOS E AS INVASÕES BÁRBARAS

    Na Gália, as leis romanas subsistiram nos reinos dos Visigodos e dos Burgúndios, através da Lex Romana Visigothorum ou Breviário de Alarico . Este código de leis, que também vigorava na Aquitânia, no Languedoc e em Narbona, protegia os Colégios dos Construtores.
    Com a sobrevivência destas instituições também no Loire, nos vales do Reno e do Saône, várias construções de grande porte foram realizadas, como por exemplo a catedral de Clermont (450-460 DC) cujos muros tinham gravados os utensílios usados na sua construção.
    Entre 475 e 550 DC os Construtores edificaram muitos palácios e monumentos, como por exemplo as Colunas de Auvergne, a Catedral dos Santos Apóstolos em Rouen e a magnífica igreja de São Vicente em Paris, no bairro de Saint-Germain-de-Pres.
    Ao final do século VII e início do século VIII os Anglo-Saxões recrutaram mestres construtores de Roma e da Gália, herdeiros dos Colégios Romanos e organizados em forma de associações. Na época, as basílicas da Gália já mostravam estilo diferente das romanas, devido às influências orientais introduzidas pelos Godos e pelos Visigodos, trazidas do Egito, da Palestina, da Síria e da Pérsia sassânida.
    Em 568 DC os Visigodos Lombardos invadiram a Itália e fundaram um reino que só seria vencido por Carlos Magno em 774 DC. Nesta época, somente Roma, Ravena e Veneza permaneceram livres e ligadas ao Império Romano
    do Oriente, em Bizâncio (Constantinopla/Istambul). É no reino Lombardo que surgem os Mestres Comacinos, da região de Côme, reconhecidos como excelentes artesãos da arte de construir. A sua ação influenciou o desenvolvimento da Arquitetura no norte da Itália entre os séculos VII e XII. A sua organização era semelhante à dos Colégios do Império Romano do Oriente.

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    AS ASSOCIAÇÕES MONÁSTICAS

    Ao final do Império Romano, com o aparecimento dos pequenos Estados suseranos, as antigas instituições foram gradualmente desaparecendo, substituídas pelas classes dos homens livres, dos aldeãos e dos servos. Para garantir a sua sobrevivência, os Mestres Construtores se refugiaram nas igrejas, nos mosteiros e nos conventos que haviam construído na alta Idade Média.
    A história das Associações Monásticas está ligada à das Ordens Religiosas, em particular à Ordem dos Beneditinos e à Ordem do Templo.
    O papel dos Templários está intimamente ligado ao surgimento da Maçonaria Moderna . Para conhecer a extensão da influência dos Templários, seria necessário analisar a formação das Associações Monásticas nas regiões góticas, assim como a sua atuação na transição da arte romana para a arte gótica.
    Na Inglaterra, as confrarias monásticas se desenvolveram sob a proteção dos Beneditinos de Santo André. Entre os anos de 856 e 1307 DC diversas igrejas e catedrais foram construídas na Inglaterra pelas associações monásticas de construtores, comandadas por mestres notáveis como Santo Augustin, São Dunstan, arcebispo de Canterbury, Gauthier Gifford, arcebispo de York e Gauthier Stapleton, bispo de Exeter.
    Uma destas associações monásticas, a dos Colideus, relacionou-se com o rei Athelstan, que iria ter papel decisivo na história da Maçonaria . Em sua origem, os Colideus eram um pequeno grupo de cristãos. Foram os primeiros a introduzir o cristianismo na Inglaterra e em sua organização adotaram os princípios dos Colégios Romanos, existentes na Inglaterra até à saída dos romanos da ilha britânica.

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    A LENDA DE YORK

    Esta Lenda é contada no Poema Regius ou Manuscrito de Halliwel, datado do final do século XIV e descoberto em 1838 no Museu Britânico por James Halliwel. Athelstan governou a Inglaterra de 924 a 940 DC. Ele completou a conquista dos pequenos reinos iniciada por seu avô, Alfredo o Grande, e tornou-se o primeiro rei de toda a Inglaterra.
    Athelstan utilizou os serviços dos Colideus na construção de vários castelos, abadias e mosteiros. Em 926 DC, em sua passagem por York (a Eboracum dos romanos) após vitoriosa campanha militar contra os escoceses, o rei se reúne com os Colideus na catedral de São Pedro.
    Para manter a ordem nos trabalhos construtivos e para punir os transgressores da lei, o rei proclamou um édito dirigido a todos os maçons, determinando que todos os Colideus deveriam reunir-se anualmente em York, para tratar dos assuntos de interesse da associação.
    A Lenda conta que na mesma ocasião - 926 DC - o filho adotivo de Athelstan, o príncipe Edwin, concedeu Carta Constitutiva à Loja de York e tornou-se o seu primeiro Venerável Mestre. Esta Loja teria permanecido ativa até 1172 DC, quando teria sido fechada pelo rei Henrique II.
    O artigo Arte Céltica inserto no Dicionário de Arqueologia Cristã, de Dom Cabral, fornece a lista dos edifícios, monastérios e igrejas construídos pelos membros da Loja de York. Eles foram os introdutores do estilo gótico ou ogival. Um dos principais exemplos deste estilo na Inglaterra é a Abadia de Westminster, em Londres.

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    AS GUILDAS

    As Guildas tiveram sua origem nos Colégios Romanos e receberam em sua
    formação a influência das idéias cristãs de fraternidade. Dividiam-se em Guildas Religiosas ou Sociais, Guildas de Mercadores e Guildas de Artesãos.
    Elas já são mencionadas nas Iudicia Civitatis Londoniae redigidas no reinado do rei Athelstan. As Guildas de Artesãos são já influentes na Inglaterra no reinado de Henrique I (1100-1133), descendentes que eram de uma confraria de construtores que os Templários trouxeram da Terra Santa para construir a sua Igreja de Fleet Street em Londres (Saint Paul).

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    OS TEMPLÁRIOS

    A Ordem dos Templários, cujo nome correto é Milícia do Templo, foi criada em Jerusalém em 1118, tendo como seu primeiro Grão-Mestre Hugues des Pains, sob a proteção de Theocletes, 67º sucessor do apóstolo São João.
    Seus membros pronunciavam três votos: Obediência, Pobreza e Castidade e tinha por objetivo defender o Santo Sepulcro e os peregrinos da Terra Santa.
    Através de suas numerosas e poderosas Comanderias espalhadas pela Europa, a Ordem do Templo exerceu forte influência sobre as Associações Monásticas de Construtores e sobre as Guildas, constituindo confrarias religiosas comparáveis às dos Beneditinos e Cistercienses.

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    OS TEMPLÁRIOS E A MAÇONARIA

    Quando os Templários, ajudados pelos cristãos, disseminaram as suas comandarias pela Europa, dividiram com eles os segredos dos ritos tradicionais dos Colégios Bizantinos - os Colégios Romanos do Oriente - e dos Tarouq Muçulmanos, fundamentados no sincretismo hermético.
    Em todas as suas possessões os Templários tinham pedreiros livres a seu serviço, dirigidos por um oficial do Templo . Na Inglaterra, ao início do séc. XIII já era grande a influência da Ordem do Templo que se beneficiava dos grandes donativos feitos pelo rei Henrique I. O seu prestígio foi ainda maior no reinado de Ricardo Coração de Leão.
     
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